O verso me arrasta, me desgasta
Sobrepõe-se à minha vontade
Sobrevive a qualquer escombro
Grita, mesmo quando calo,
Anda, mesmo quando paro
O verso tem vida própria
Me obriga a vomita-lo, escreve-lo
Ainda que tenha as mãos feridas
Cansada, a boca pronuncia
A chegada do verso ditador
Dita a dor, a alegria, pouco importa
O verso não respeita nada
E mesmo quando nada digo
O verso se exibe por prazer
Pelo amor que nutre por si próprio
Ele se veste, se mostra e sorri
Cínico, excêntrico, desonesto
O verso nasce do orgulho
Mateus Medina
29/04/2013